
Produtos de beleza x Logística Reversa: Entenda a relação
Se tem uma indústria que está sempre em alta no Brasil e no mundo é a de produtos de beleza. Uma pesquisa apresentada pelo site Terra, por exemplo, mostrou que até 2025 o setor deve alcançar a marca de R$ 27,097 bilhões de produtos vendidos só em território nacional.
Porém, o grande consumo desses produtos traz um forte impacto ambiental, principalmente por uma falta de ação coordenada no descarte das embalagens. E diminuir esse impacto é justamente um dos grandes desafios de muitas empresas de produtos de beleza.
Mas então, o que fazer? Como melhorar esse cenário sem comprometer a produtividade? Uma das respostas está na implementação da logística reversa. Você sabe o que é isso ou quanto ela é benéfica?
Quer entender mais sobre o assunto? Então, continue lendo e entenda a relação entre essa estratégica logística e a necessidade de as empresas de produtos de beleza diminuírem o impacto ambiental de suas produções.
Boa leitura!
O que é a logística reversa?
Antes de fazermos um paralelo entre a logística reversa e as fabricantes dos produtos de beleza, é importante entendermos o que, de fato, é essa estratégia logística.
Diferentemente do que o nome possa sugerir, a logística reversa não se trata simplesmente do recolhimento da mercadoria que já foi entregue. Na verdade, a estratégia engloba todas as ações referentes ao reaproveitamento de produtos, tais como:
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recuperação de matéria-prima;
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reforma e revenda de itens;
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descarte de embalagens;
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recolhimento;
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reciclagem.
A logística reversa é também uma ação obrigatória para muitas empresas que fabricam, importam ou comercializam determinados produtos, sendo instituída pela lei 12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).
Em alguns estados, como São Paulo, por exemplo, uma empresa não consegue licença para atuar se não apresentar um plano estruturado de logística reversa.
A relação da logística reversa com a indústria de produtos de beleza
Como visto no tópico anterior, a logística reversa é primordial para o funcionamento de muitas empresas. E quando se trata de marcas que fabricam ou vendem produtos de beleza, isso é ainda mais verdade.
Para essas empresas, investir em logística reversa detalha a preocupação que elas têm em relação à preservação do meio ambiente dos recursos naturais. Além é claro de melhorar o próprio faturamento recuperando resíduos e realizando a reciclagem.
Para uma estratégia de sucesso, é preciso implementar um gerenciamento de resíduos, onde a empresa está sempre monitoramento os seus produtos e garantindo que o descarte aconteça de maneira ordenada e dentro de um plano estruturado.
Dessa forma, elas não apenas impedem que suas embalagens sejam jogadas aleatoriamente no meio ambiente, como também garantem que um processo coletivo de reciclagem.
Quais empresas de produtos de beleza investem e são bem-sucedidas com a logística reversa ?
Para quem acha que todo esse conceito de logística reversa não funciona na prática, trouxemos aqui bons exemplos de fabricantes de produtos de beleza que são bem-sucedidos na implantação da estratégia. Confira.
Natura: trabalha com logística reversa desde 2007, recolhendo as embalagens e enviando para as cooperativas de reciclagem. O programa existe nas regiões Nordeste e Sudeste e já enviou à reciclagem aproximadamente 500 mil toneladas de resíduos.
Embelleze: mais uma empresa que implantou a logística reversa há um bom tempo e trabalha diretamente cooperativas de reciclagem para recuperar as caixas de papelão da própria empresa e de seus principais fornecedores.
Boticário: realiza a logística reversa através do Programa Reciclagem de Embalagens, que possibilita que as embalagens pós-consumo de produtos de beleza sejam devolvidas em qualquer uma das lojas do grupo.
Avon: conta com uma estratégia reversa que já repassou mais de 110.984 toneladas de resíduos de cosméticos para a reciclagem. No Brasil, a ação está presente em 8 estados, 84 municípios e 128 cooperativas.
Unilever: a multinacional é dona das marcas Seda, Clear, Lux e Rexona criou uma política de logística reversa que coleta as embalagens pós-consumo e envia para as cooperativas que realizam o processo reciclagem.
Enfim, muito mais que uma obrigação legislativa, a logística reversa deve ser vista pelas fabricantes de produtos de beleza como uma grande oportunidade de trabalhar a sustentabilidade e até mesmo reduzir os custos relacionados à operação de transporte.
Outro ponto é que uma boa estratégia nesse sentido traz maior credibilidade e confiança à imagem da empresa, que passa a ser encarada como uma “marca verde” e preocupada com os problemas da sociedade. Em resumo, é uma decisão extremamente vantajosa.